Existem filmes que marcam nossa vida para sempre. A vontade que dá, depois que assistimos, é de gritar para o mundo que todo ser humano precisa ver e saber dele.
Você já deve estar pensando de que filme estou falando. Ele se chama “ Quem Somos Nós” e se trata basicamente de física quântica.
O formato do filme, uma mistura de documentário com entrevista e uma narrativa bem criativa, deixa ele leve, sutil e de fácil entendimento.
Tanto que, em uma das partes, ficou muito claro para mim que a organização tem tudo a ver com física quântica.
Leia essa frase, dita durante o filme:
“Porque não consigo mudar? Em que estou viciado? Irei perder aquilo a que estou quimicamente apegado? A que pessoa, lugar, coisa, época ou acontecimento estou quimicamente apegado e não quero perder porque posso ter de vivenciar sua provação química? Por isso do drama humano”.
Vamos lá. Se a organização é um dos princípios para a cura da bagunça (parece óbvio, mas não é), e a bagunça muitas vezes está relacionada com excesso, que está relacionada com apego (ou dificuldade de desapego), a organização é uma forma de, quimicamente, reprogramar seu cérebro para a cura.
Esse processo de cura não é nada fácil. Afinal, como nossos pensamentos são feitos de conexões químicas que criamos com o mundo e com nós mesmos, a repetição incessante dessas conexões gera um vício no organismo.
Achei curiosíssimo. É a organização trazendo efeitos fisiológicos, físicos.
Ainda seguindo essa linha, podemos pensar não só no apego as coisas materiais, mas também em qualquer vício, qualquer coisa que fazemos em excesso e que não nos faz bem. Ficamos mentalmente (e seguindo essa lógica, também quimicamente) condicionados a não buscarmos resolver a situação porque teremos que vivenciar, como falado antes, a provação química.
É o mesmo princípio do caos. Mas ora, o caos não é importante para gerar evolução, e na sequência, não vem novamente a estabilidade? É do caos, dos problemas, que evoluímos como seres humanos.
Passar por essa provação química, ter que lidar com sentimentos, com fatos do passado e ir em busca dessa ruptura, não é nada fácil, mas sem dúvida é melhor do que passarmos a vida com “vícios” que nos limitam.
O vício é sim uma forma de apego. Apego a algo que podemos nem saber exatamente o que é, mas que não conseguimos nos livrar. Mais do que apenas dependência química, existe uma dependência emocional. Exemplo: quantos fumantes já falaram que o cigarro é como um amigo? Essa pessoa pode estar tentando fugir da solidão.
Nesse outro post, a Tati fala sobre a frase mais estressante do mundo. Se você ainda não leu esse texto, sugiro que vá ler e depois volte aqui para ver a relação dele com tudo que acabei de dizer acima.
Se você tem um vício, como fumar, e quer se livrar dele, mas de alguma forma algo te impede, todos os dias você acordará com esse sentimento de “eu tenho que”. E isso vai gerar uma frustração imensa para sua alma.
A organização, como uma maneira de não só organizar coisas, mas também sentimentos, é sim uma possibilidade para se livrar dos vícios.
Por isso, minha mensagem é: desapegue =)
Beijos da Leticia.