Despedida do Papa Bento XVI

28/02/2013

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Despedida do Papa Bento XVI
Despedida do Papa Bento XVI

Despedida do Papa Bento XVI

A despedida do papa me deu uma grande lição. Porque afinal nos apegamos a tantos conceitos, cargos, roupas, sapatos, sentimentos e ressentimentos?
O que mais me encantou foi o discernimento de um homem que não se apegou ao poder e que soube aceitar seu limite e  reconhecer sua humildade diante de tantos desafios que ele se diz incapaz de levar adiante como merece a Santa Igreja. Por causa de sua condição física debilitada, louvo a Deus pela oportunidade de testemunhar umas das lições mais lindas da história da humanidade.
O Santo Papa Bento XVI me ajudou a ver o mundo de forma diferente e seu testemunho alimentou ainda mais a esperança nas pessoas para um mundo muito melhor. Esse relato é do Adryano Stefanelli, um Padre da nossa diocese que faz doutorado em Roma e acompanhou toda a trajetória de um Homem que é a imagem e semelhança de Deus.
Que fique bem claro que esta despedida do Papa Bento XVI não significará nada mais do que a abdicação do cargo, mas ele continuará com a missão da oração que acredito ser o que mais necessitamos nos dias de hoje.

Relato sobre a Despedida do Papa

ÚLTIMA AUDIÊNCIA PÚBLICA DO PAPA BENTO XVI: UMA IMPRESSÃO PESSOAL

O dia estava lindo. O céu preparou o cenário de uma “despedida do papa” que deixa muitas marcas e ensinamentos. O Papa entra e faz todo o giro da Praça São Pedro e vai com o “papa-móvel” praticamente até o final chegando próximo da “Via da conciliação”. Parecia querer abraçar o mundo! Em diversos momentos do percurso, o carro parava e lhe traziam algumas crianças que ele beijava calorosamente em um modo tão sincero que parecia “sem jeito”. O gesto se repetiu por diversas vezes antes que ele chegasse ao lugar preparado, bem em frente à Basílica São Pedro. Acompanhávamos cada passo dele, e por vezes queríamos quase que estar ali ao seu lado para ajudá-lo a subir as escadas, coisa que fazia com tanta dificuldade. Nossos olhos contemplavam a fragilidade do homem e a força de Deus em sua pessoa. Falou com dificuldade, quase que soprando, mas com uma convicção que fazia tremer nossos corações e ouvidos. Sempre muito lúcido. E sabe o mais incrível? Ele é a face da serenidade! Transmitia uma tranquilidade que tomou conta de todos. Como é grande a força de um homem livre! Nas palavras do discurso, a sua alma encontrava sua voz e se não fosse interrompida diversas vezes pelos aplausos, diria que parecia uma música. Estávamos diante de um Papa, que na sua grandeza parecia um “vovozinho” com seus netinhos sentados ao redor de sua cadeira a contar histórias. Uma ternura tão real, que por um instante tocamos o céu que de tão azul parecia contemplar a comunhão que experimentávamos naquele momento. Muitos aplausos, muita gente emocionada. Ele conquistou lugar nos corações de gente que parecia não dar mais espaço para “Papas que vêm depois de grandes Papas”.
Vi a perfeita sintonia entre um homem exausto e ao mesmo tempo feliz! […] (A pausa no texto foi para segurar as lágrimas, acontece). Palavras carregadas de amor e fé! E ele conseguiu fazer justamente isto conosco: enquanto nossas lágrimas caiam, nossos corações se sentiam confirmados na fé e na esperança. Ele se emocionou quando falou das inúmeras cartas que recebeu de gente simples e que percebia um afeto tangível, e viu-se consolado por ser Pastor de uma realidade viva e presente. Suas palavras precisam ser lidas, meditadas e até mesmo rezadas. Na hora da Benção Apostólica, as lágrimas caiam, me inclinei e pedi a Deus que esta benção chegasse a todos os meus familiares e amigos, à nossa Igreja Diocesana e sobretudo àqueles que perderam a fé e a esperança.

Ele se foi, como chegou: discreto, tímido.

Parte como o humilde servo da Vinha do Senhor, como prometeu no início de seu Pontificado. Obrigado amado Papa! Confiamos em suas preces! Obrigado digno Sucessor de Pedro por confirmar nossa fé!

Padre Adryano Stefanelli

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